sexta-feira, 17 de julho de 2009

O dia em que morri.



O dia em que morri, não tinha nada de especial, o céu não brilhava, também não estava escuro, os ventos não estavam fortes, mas os galhos das árvores balançavam, os carros continuavam fazendo um barulho insuportável enquanto sentado no meu sofá eu me via morrendo, eu achava que ia ser rápido, como uma dose enorme de anfetaminas que iam me fazer implodir, como uma música rápida e suja mas, mais uma vez estava errado. Eu estava errado. foi lento. Lento como um triste blues, lento como os pensamentos das pessoas que andavam com pressa nas ruas, lento como eu nunca desejei que fosse, talvez, tenha durado meses ou anos, mas a cada dia meu vazio me consumia mais e mais. Essa semana eu passei por vários lugares, encontrei por ventura, pessoas que fizeram parte do meu passado porém preferi ignorá-las do meu presente, situação cômica, imbecil, mas cômica. Essa semana eu pensei como é imbecil chegar a certos pontos, tem gente que diz que não tinha necessidade disso tudo, que é falta de espiritualidade, excesso de ignorância, excesso de egoísmo, excesso de estupidez, ora, mas eu sei o que é necessário para mim, por mais desnecessário e ridículo que seja, e excesso de e estupidez? Ignorância? Talvez seja, mas creio que eles não são as melhores pessoas para me falarem sobre tal assunto, espiritualidade, Renato russo encontrou a dele, cazuza também, o mundo anda tão “espirituoso” que é só ligar a televisão no jornal que eu vejo como as pessoas estão “espirituosas”. Foda é ter que dormir, caralho como eu queria que meu corpo acompanhasse minha cabeça, eu sei, seria pior, mas eu queria ver como era, ficar ligado no duzentos e vinte, se bem que nem minha cabeça está conseguindo me acompanhar mais, nem eu mesmo consigo me acompanhar mais, pudera me entender. E aqui eu termino, morto, engasgado com meu próprio vômito, como meus ídolos, mas eles fizeram alguma coisa, conseguiram mudar uma geração e influenciar outras tantas ou pelo menos tentaram, mas, eu não consegui mudar nem o que eu achava que estava errado em mim, quanto mais o mundo.

3 comentários:

  1. a sua morte pode ter sido algo importante no dia em que você morreu, mas vc tá vivo, certo?

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  2. que bom que tu não morreu. pensei que era uma carta de despedida ao mundo, esse texto.

    nunca parei pra ouvir os stones, eu sempre baixo o pior álbum do artista, e depois desisto..
    espero que eu possa fazer parte dessa galera legal de cênicas...e morrer não é fácil não. :*:*

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