segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Para mim


Faz tempo, muito tempo, parece que eu parei sem saber
Fiquei preso entre dois parágrafos de um livro que eu mesmo escrevi, ou pelo menos achava que tinha escrito. Dois meses ou mais,eu não sei. Eu não sei, já falei tanto isso que ás vezes perde o sentido, as pessoas mudam, ela se tocou, ela se tocou que eu sou assim, e pulou fora, como todas as outras que não conseguiram passar dos dois primeiros versos quanto mais completar uma estrofe, diziam que era instável demais, intenso demais, imbecil demais. Enquanto isso eu vou excluindo vírgula, letras, pontuação mas mesmo assim existem esses dois parágrafos, já rasguei a página, já joguei no lixeiro, mas eu me lembro cada palavra, cada verso que eu escrevi, cada passo, cada escolha, cada tempo, cada vida. Minhas escolhas sempre foram impulsivas, por mais que eu pensasse sobre o que seguir e por mais que tivesse certeza, eu sempre mudava de última hora, em todas, eu fechava os olhos e mergulhava e ria, como eu ria, principalmente quando eu acertava, ou quando eu via meu corpo se despedaçando, as pessoas mudando com a cabeça cheia de conceitos, de romance, moral, religião, mas eu só queria rir, do mundo, das pessoas, da vida. Mas talvez eu tenha perdido a essência, acho que não, posso ter mudado mas ela nunca desapareceu, posso me acabar entre dois cigarros, duas garrafas ou dois parágrafos mas a essência continua.

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