quarta-feira, 15 de abril de 2009

mesmo sendo o que você não apresentaria...


Pois é, senhoras e senhores, essa semana escutei várias vezes no trabalho, na rua, no bar, a mesma frase, das mesmas pessoas idiotas. eu sei que nesse inferno de cidade me perco na multidão e espero a porra do dia acabar quando não agüento nem tenho mais paciência pra escutar vozes, nem olhar as pessoas. Já perdi a conta de quantas vezes perdi meus olhos, de quantas vezes fui engolido por esse mundo e das vezes que ele me cuspiu de volta.
Acho que eu nunca me importei de verdade com o que as pessoas acham de mim, é até engraçado, tem coisas que não se escolhe é assim e pronto, não tem o que pensar, achar se é certo ou errado, se eu vou morrer ou não. talvez seja um defeito, mais um entre tantos outros que já tenho, mas é o que mais gosto. Jogar tudo de uma vez em um ventilador enorme e vê o que vai acontecer, é intenso pra caralho. Eu sempre tenho medo de me arrepender depois, uma coisa que eu queria superar era o arrependimento, uma das piores sensações, você fica na merda, mas enquanto isso ou jogando mais folhas, me arrependendo das coisas que fiz e das que não fiz, me arrependendo cada vez mais das pessoas que eu conheci e de outras que esqueci. Mas o mundo é assim, e infelizmente a vida vai seguindo o mesmo caminho, e eu vou fazendo o meu, queira ela ou não.

sábado, 4 de abril de 2009

nunca importou...


O apartamento fica mais tempo fechado e vazio que qualquer outro imóvel da cidade, quando não estou no trabalho, estou em um bar, ou na casa de amigos, no começo gostava de passar a maior parte do meu tempo só, mas acho que acabei pegando abuso de ficar só comigo, de ouvir minha voz irritante, de me olhar no espelho, acho que é por isso que não consigo manter ninguém junto à mim por muito tempo, acho que foi por isso que me mudei, aqui as pessoas tão muito ocupadas para ficarem pensando na vida dos outros. Mas depois de três cigarros eu ignoro, e não consigo mais pensar.
Eu não sei até onde eu sou personagem ou eu mesmo, eu não sei até que ponto
Sou os livros que eu leio, os filmes que eu vejo, as músicas que escuto.Agora mesmo, eu não sei se sou eu quem narro minha própria estória ou só mais um entre os tantos personagens aos quais estou preso, mas pouco me importa , pouco me importa. Tenho me sentido feliz pra caralho nesses últimos dias, saindo com pessoas que me fazem ver como eu era a cinco anos atrás, muito idiota por sinal, mas muito especial para mim.
Voltei a tocar, voltei a escrever, voltei a nadar, consegui me suportar de novo, voltei a rir das idiotices do mundo, me preocupar menos, acho que voltei a viver, sem nenhum exagero, hipocrisia ou essas tantas outras merdas que deixam as pessoas tão insuportáveis. È incrível o quanto eu me controlei e reprimi para não me igualar a elas, e estava seguindo o mesmo caminho.

Porra, que bom, que eu continuo o mesmo idiota, com as mesmas idéias, as mesmas crenças, os mesmos rabiscos no corpo, com algumas fiapos de barba no rosto, mas o mesmo idiota que eu sempre fui. Espero de verdade, daqui a trinta anos olhar para essas palavras e ver que são as mesmas que saem da minha boca.