sexta-feira, 22 de maio de 2009

Eu mesmo nunca sei.



Foi assim que começou, com um sonho, achei extremamente normal que as lembranças chegassem com o tempo, afinal foi intenso. Com o tempo essas lembranças enchiam minha cabeça de perguntas, de vontade, de desejos antes esquecidos, antes ignorados até com um certo repúdio. Comecei a acreditar que seria apenas uma fase, ora, tanto tempo vivendo das mesmas coisas que seria até estranho, não lembrar de nada, principalmente da maneira com a qual esse capítulo terminou ou talvez não tenha terminado, talvez o escritor tivesse dando o tempo bem prolongado, afim de pensar, viver e arriscar, tão prolongado esse tempo que talvez tenha perdido a vontade de escrever sobre aquela estória, sobre aquele menino e seus intermináveis sonhos e desejos, e que se sentia tão feliz de ter alguém pra compartilhar de tudo que ele pensava, de tudo que vivia e desejava, mesmo que aquilo fosse apenas um personagem inventado por ela, que foi inventado com a finalidade de tentar acompanhar aquele menino cheio de vontades, por mais falso que fosse, ele amava e pouco importava se era falso ou não. E se eu dissesse que sempre que arrisquei, errei. Lembra? E que no final nunca soube de nada, onde meus livros não me ajudaram. Quando achei que encontraria uma fonte mais intensa, errei. Como todas outras escolhas que pensei demais para escolher, que procurei demais o que eu já tinha encontrado e joguei tudo de cima de um penhasco para ver como ia ficar sem aquelas lembranças, sem aquele capítulo, sem aquela pessoa. E hoje eu sei que o tempo destrói tudo.

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