sábado, 14 de março de 2009

Repetição, insignificante.


Maldito Deja vú.
ultimamente tenho tido todos os dias
junto com a insônia, esta que é responsável por meu péssimo humor, e minha aparência decadente nesses últimos dias, hoje andando pela augusta encontrei Marcela, depois de 5 anos, ambos agora com vinte e cinco, ela se formou, arrumou um trampo legal,cresceu na vida, agora é uma empresária de sucesso, segundo ela. mas em seguida abaixou a cabeça. Falei o mesmo,mas no final soltei um sorriso falso e amarelo, assim como eu , ela parecia não está feliz com os meios conquistados e os caminhos traçados, e se estava, sempre si perguntava, se tinha sido válido passar por cima de tanta gente pra chegar ali. Respondi que sim, pois elas fariam o mesmo para chegar ali, mas ai me perguntou, se era válido se igualar àquelas pessoas, e até hoje não consegui responder essa pergunta, sempre tenho mais de uma resposta. Fato é que preciso dormir, acordei hoje, em um café, sentado ao balcão, com duas xícaras cheias ao meu lado, e nada de marcela.

Essas luzes fortes já não me incomodam mais, quer dizer incomodam sim, e muito, por sinal. Merda, mais uma noite fora de casa, acordei com aquele cheiro insuportável de água sanitária no balcão do café, ás cinco horas da manhã, e uma garçonete sem dente me entregando a conta, não me lembro de ter pedido essas doses de uísque nem duas xícaras de café, me lembrava apenas de Marcela.
De qualquer forma paguei a conta, perguntei há quanto tempo eu estava no balcão, ganhei um fora, mas uma senhora que limpava o chão respondeu com um durante a madrugada, levantei e fui ao banheiro, aparência péssima, a insônia me destruindo pouco a pouco, olhos inchados, cara amassada, terno sujo de vários dias, lavei o rosto, voltei ao balcão, pedi um café, acendi um cigarro, olhei que dia era hoje em calendário velho, lembrei que tinha trabalho, e tinha que estar lá ,as sete para uma maldita reunião com pessoas insuportáveis, só de ouvir eles falando, conto os minutos para ver aquelas bocas fechadas novamente.
E aqui vou eu, de táxi pois perdi a habilitação, cheiro desgraçado de cigarro e bebida barata, só outro porre pra agüentar quatro horas naquela sala, outro porre ,mas ainda é terça feira.
andei pensando no que me tornei, para as pessoas eu cresci, tenho tudo que quero, segundo elas, e sempre sobra grana no fim do mês, isso tudo muito cedo, pois ainda tenho vinte e cinco anos dizem eles, não sei do que me adiantou aprender tanta lei, tantas estórias, tantas noites viradas por causa do trabalho, se isso não me trouxe nada além desse papel verde e um posto alto em uma empresa que todo dia sempre tem um puxa-saco que quer me tirar de lá, eu que sempre tive e defendi minha liberdade quando mais jovem, estou eu aqui sem ela. Daquela época, em recife só me restam esses cigarros, o cheiro e a fumaça me lembra quando andava pelas ruas com meus amigos, não tinha hora para parar, nem para voltar, a graça era essa, hoje estou aqui em uma região que não gosto, pessoas que não gosto , com uma carga-horária desgraçada para ser comprida, horário para entrar e sair, horário pra dormir, horário pra tudo, inferno aqui estou eu e meu cigarro, a fumaça faz me sentir vivo de novo, naquela época eu não falava tantos “ eu “ nem “ meus”.



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