segunda-feira, 16 de março de 2009

Antes que eu me esqueça


Acabei gostando da cidade, menos do trânsito, pois consegue acabar com o humor de qualquer pessoa e odeio ficar mais de uma hora preso em um engarrafamento desgraçado. Sou impaciente, mais um adjetivo negativo é essa minha falta de paciência, porém, me adaptei. Apesar de adorar o campo e ter passado a maior parte da minha vida nele, sinto falta das pessoas, da minha família que tanto amo, certamente é o que tenho de mais precioso, e é por esse amor que eu tenho a eles que não posso decepcioná-los, tanto investimento e dor de cabeça, que terminei precisando de um cargo alto, em uma função importante, com um diploma de um curso famoso em uma faculdade famosa. Eles nunca fizeram pressão, mas eu sabia que era isso que queriam ver. Podia até ser o que eu não queria para mim , mas é o que eles queriam, então aprendi a querer também. Com o tempo fui conhecendo novas caras, mas nenhuma tão marcante quanto ela, fiz amigos, pelos menos os classifico dessa forma. O mundo é realmente muito pequeno, acabei encontrando um conhecido de recife com o qual não falava fazia muito tempo, acabamos trocando telefone e toda sexta íamos à Augusta jogar conversa fora e tomar uns drinks no blues.
Certa vez., esse amigo me perguntou , porque eu montava tantas bandas e nenhuma dava certa. Passei muito tempo rindo. Então, perguntei o que era “dar certo”, para ele. Acabei ouvindo as palavras as quais imaginei que sairiam da boca dele “tocar em lugares grandes, com um público grande, em lugares bonitos para pessoas bonitas”. Ri ainda mais, com a reposta. Minhas bandas, não foram montadas para “o sucesso”, e muito menos tocar em lugares badalados. Foi uma forma que eu encontrei de descarregar minhas idéias. Pessoas pintam quadros, desenham, escrevem poemas, artes desse tipo, eu faço música, pelo menos para mim é música, ou antimúsica em certos projetos, mas essa foi à forma que eu tinha encontrado para falar o que penso e jogar em cima de notas que eu consigo tocar. Nunca montei banda na intenção de fazer sucesso, até por que a linha de som que eu gosto e faço na maioria das bandas em que toco não é vendável, faço porque gosto, porque me sinto bem e me divirto muito, foi uma forma que eu achei de estancar os milhares de cortes que eu tenho.

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